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A visão Lean da Telemedicina

O Lean tem como objetivo REDUZIR CUSTOS e AUMENTAR O VALOR AGREGADO para o cliente. Ambos objetivos devem caminhar juntos. A redução de custos sem a manutenção da qualidade percebida pelo paciente, ou aumento do valor agregado sem a sensata gestão dos custos não traduzem benefícios para o processo. Com essa visão em mente, como se enquadra a Telemedicina na estratégia Lean?

Antes de discutirmos a questão, precisamos entender o problema, comprovar com dados a teoria levantada, para então criar hipóteses de como solucionar. Ao menos essa é a forma como o Plano A3 de solução de problemas funciona, qual é o contexto em que o problema acontece?

Centralização de profissionais médicos em áreas de grande acumulo populacional; (Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil existe 1,8 médico para cada mil habitantes, e apenas 8% dos profissionais estão em municípios de até 50mil pessoas. Distrito Federal e os estados de Rio de Janeiro e São Paulo têm respectivamente taxas de 4,09, 3,62 e 2,64 médicos por mil habitantes, enquanto outros estados não somam nem um profissional por mil habitante, como é o caso do Amapá (0,95), Pará (0,84) e Maranhão (0,71))¹

Dificuldade de acesso a profissionais da saúde para populações afastadas; 1,432Mi não conseguiram atendimento médico na 1ª vez que procuraram em 2013 (IBGE)²

Aumento das despesas em Gestão da Saúde: Em 15 anos, a despesa dos planos de saúde com assistência deve bater na casa dos 283 bilhões de reais.³

Ou seja, o cenário não é positivo, mas ainda antes apontarmos as causas (que sabemos que não são poucas), vamos continuar no com o método A3, que pede que seja analisado como funciona o processo atualmente, tomando por exemplo a saga para atendimento a consultas:

Cliente procura um médico > agenda a consulta > aguarda o atendimento  > se dirige ao local >  aguarda o atendimento > Recebe o primeiro atendimento, o qual saí com solicitações de exames complementares (ou finaliza o atendimento com o diagnóstico) > agenda o exame > executa > aguarda o laudo > agenda o retorno com o médico > aguarda o atendimento > > se dirige ao local  novamente > aguarda o atendimento > Segundo atendimento médico, com definição conclusiva ou complementação de exames.

Sem entrar no mérito de tempo, podemos aplicar os conceitos dos sete desperdícios neste processo:, Processamento desnecessário, movimentação, estoque, excesso de produção, espera, defeitos e transporte. Quais você consegue identificar? Dentre todas as etapas, qual de fato agregou valor para o paciente?

O Lean prega a redução de custos por meio da eliminação (ou redução) de desperdícios, sendo assim, podemos dizer que dentre todos os processos acima, apenas o atendimento médico realmente agrega valor ao paciente, pois é o único que trará uma definição clara sobre o que sente, com isso todos os demais devem eliminados ou reduzidos ao máximo.

Por este ponto de vista, a telemedicina pode ajudar, e muito, tanto para o cliente paciente quanto para cliente médico. Da ótica do cliente paciente, eliminar a necessidade de deslocamento, realizar um agendamento com um menor prazo, permitir um pré-diagnóstico (ou até mesmo uma orientação) antes do primeiro atendimento, são melhorias que agradam a todos, tornam a rotina de consultas mais prática. Na outra ponta, os benefícios para o cliente médico passam pela maior agilidade nos atendimentos, permitindo maior produtividade, resultando no aumento dos rendimentos, sem considerar em redução de custos com a manutenção dos ativos fixos (espaço para atendimento) e ativos circulantes (materiais e medicamentos).

Contudo, não podemos deixar de pensar na qualidade do atendimento, onde nas palavras do Dr. Drausio Varella “a medicina é uma profissão que se deve ser feita com as mãos”. Onde o exercício desqualificado ou precoce da telemedicina, pode trazer consequências graves ao paciente e levar o  médico a responder judicialmente. Mas se pensarmos bem, já não funciona assim?

Pensando nos dias de hoje, a medicina já está presente. Ela acontece quando um enfermeiro evolui a condição do paciente nos grupos de whatsapp dos hospitais e o médico, por sua vez, prescreve um novo medicamento. Acontece quando seu paciente de anos, te liga para dizer que está sentindo uma dor incômoda e com isso você sugere um tratamento. Ou até mesmo quando você recebe as imagens da ressonância por email, e sugere qual caminho o paciente deve percorrer para buscar tratamento da possível causa.

A telemedicina vem para reduzir os desperdícios, principalmente a Espera e o Deslocamento. Sendo ela uma realidade, a pergunta é: como e onde ela pode ser aplicada com efetividade?

 

 

1             https://drauziovarella.uol.com.br/geral/o-problema-da-ma-distribuicao-dos-medicos-no-brasil/

2             https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/21301-saude-avanca-mas-segue-longe-do-idealizado-em-1988

3             https://exame.abril.com.br/tecnologia/por-que-os-custos-com-saude-so-aumentam/

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